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TECNOLOGIA

Meta investe em reator nuclear para dar vida à inteligência artificial da própria empresa

Empresa anunciou aliança estratégica de 20 anos com a Constellation Energy, maior produtora de energia livre de carbono dos Estados Unidos

Num mundo em que a inteligência artificial (IA) ganha cada vez mais força, atender à demanda dos usuários traz um grande desafio: manter todo esse equipamento funcionando.

É por esse motivo que grandes empresas de tecnologia, como a Amazon, o Google e a Microsoft, têm conversado sobre a construção de usinas nucleares para fornecer energia limpa para abastecer seus data centers (centro de processamento de dados), e por que o governo da Argentina lançou o Plano Nuclear Argentino, que se concentra na expansão dos reatores nucleares e no posicionamento do país como um centro global de IA.

Agora, na lista, está a Meta, a gigante por trás do Facebook e do Instagram, que anunciou há alguns dias uma aliança estratégica de 20 anos com a Constellation Energy, a maior operadora nuclear dos Estados Unidos. O acordo, que entrará em vigor em 2027, garante um fornecimento consistente e limpo de energia para suas crescentes operações de IA.

 

O investimento do conglomerado de tecnologia e mídia social de Mark Zuckerberg não especifica valores exatos, mas tem um objetivo claro: garantir a operação a longo prazo do Clinton Clean Energy Center, no sul de Illinois. A usina, que estava a dois anos de um possível fechamento e dependia de subsídios estatais, agora tem as operações garantidas por mais duas décadas graças ao contrato firmado.

O negócio fornecerá 1.121 megawatts de energia nuclear livre de emissões, adicionará 30 megawatts de capacidade incremental à rede elétrica, preservará mais de 1.100 empregos locais e, ainda, promete gerar US$ 13,5 milhões em receita tributária anual. Com a atual cotação do dólar, o valor corresponde a mais de R$ 74,7 milhões.

A lógica por trás da aposta nuclear
Para a Meta, operar seus data centers com eficiência é uma prioridade. A corporação se comprometeu a adequar o consumo de eletricidade a 100% de energia limpa e renovável. Nesse sentido, a energia nuclear surge como um pilar fundamental.

Como a própria empresa afirmou, ao analisar suas futuras necessidades energéticas impulsionadas pela IA, "reconhecemos o imenso valor da energia nuclear no fornecimento de eletricidade confiável e estável".

Os data centers de IA são consumidores vorazes de energia. Projeta-se que seu consumo de eletricidade mais que dobrará até 2030. A energia nuclear oferece a estabilidade e a robustez que outras energias renováveis, como a solar ou a eólica, não conseguem garantir sozinhas, 24 horas por dia.

Este acordo com a Constellation é apenas uma parte da estratégia mais ampla da Meta no setor nuclear. A empresa está progredindo significativamente em seu processo de solicitação de propostas para nova capacidade nuclear, lançado no início deste ano.

Até o momento, a empresa recebeu mais de 50 propostas qualificadas de diversas empresas em mais de 20 estados dos EUA, com o objetivo de gerar de 1 a 4 gigawatts em novos projetos. A previsão é de que o processo seja concluído ainda este ano.

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