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Saúde

Novo remédio experimental leva à perda de até 11% do peso em apenas 3 meses em estudo inicial

Medicamento contra obesidade em testes da Eli Lilly, mesma farmacêutica do Mounjaro, teve resultados promissores nos primeiros testes

Um medicamento experimental para perda de peso da Eli Lilly, mesma farmacêutica do Mounjaro, ajudou pacientes a emagrecerem com poucos efeitos colaterais, segundo o resumo de um pequeno estudo publicado na sexta-feira antes do congresso da Associação Americana de Diabetes (ADA), em Chicago.

O medicamento, chamado eloralintida, ajudou alguns pacientes a perderem mais de 11% do peso corporal em apenas três meses, o que sugere que a empresa pode estar consolidando mais uma frente no mercado da obesidade.

A droga está avançando para a próxima fase de desenvolvimento, e os pesquisadores vão apresentar dados mais detalhados sobre dosagem e segurança durante o congresso na próxima semana.

“Os dados parecem particularmente fortes e devem recolocar o programa nas conversas entre investidores”, escreveu o analista Prakhar Agrawal, da Cantor Fitzgerald, em nota a investidores.

A Lilly havia divulgado poucas informações sobre a eloralintida até agora, já que ela ainda está em fase inicial de testes.

O composto faz parte de uma classe de medicamentos que imitam o hormônio amilina, responsável por desacelerar a digestão e prolongar a sensação de saciedade.

Acredita-se que essas drogas sejam uma alternativa mais branda para perda de peso do que as injeções já disponíveis, como Mounjaro e Wegovy, frequentemente associadas a efeitos colaterais como náusea e vômitos.

O estudo recrutou 100 pacientes que receberam diferentes doses da droga experimental ou placebo por 12 semanas. A perda de peso variou entre 2,6% e 11,3%, segundo o resumo.

Os efeitos colaterais gastrointestinais foram relativamente leves, com cerca de 10% dos pacientes relatando diarreia e 8% vômitos. Poucos detalhes, no entanto, foram divulgados, incluindo informações sobre riscos e benefícios de acordo com a dose.

A promessa de medicamentos mais fáceis de istrar do que os campeões de vendas hoje tem despertado interesse crescente de empresas que desejam uma fatia do mercado mais aquecido da indústria farmacêutica.

Em março, a Roche Holding AG firmou um acordo de US$ 5,3 bilhões para desenvolver e comercializar em conjunto o medicamento com amilina da Zealand Pharma A/S, chamado petrelintida.

Ele é visto como o principal concorrente da classe de amilinas, com testes iniciais indicando perda de até 8,6% do peso corporal em quatro meses, com menos náusea do que os tratamentos atuais da Lilly e da Novo.

A AbbVie Inc. também entrou nesse mercado em março, ao concordar em pagar até US$ 2,2 bilhões por um medicamento com amilina da empresa dinamarquesa Gubra A/S, marcando sua primeira incursão no segmento de obesidade.

A startup Metsera Inc., sediada em Nova York, está desenvolvendo um composto relacionado que poderá ser istrado com menos frequência do que as injeções semanais.

A Lilly já é líder no mercado de obesidade, com o Mounjaro captando a maioria das novas prescrições.

A empresa possui vários produtos de próxima geração promissores em estágios avançados de desenvolvimento, incluindo um comprimido chamado orforglipron e uma injeção experimental que se acredita ser ainda mais eficaz na perda de peso, a retatrutida.

A empresa está estudando a eloralintida isoladamente e em combinação com o Mounjaro — abordagem semelhante à adotada pela Novo Nordisk com seu medicamento de próxima geração CagriSema, que combina um componente de amilina com semaglutida, o princípio ativo do Wegovy e do remédio para diabetes Ozempic.

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