Zelensky considera que apoio da Europa à Ucrânia "está desacelerando" sem os EUA
O líder ucraniano também pediu neste sábado aos Estados Unidos que "mudem o tom" com a Rússia
O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, considerou que o apoio dos países europeus à Ucrânia "está desacelerando" em meio ao distanciamento tomado pelos Estados Unidos sob o impulso de Donald Trump, após mais de três anos de invasão russa.
"A coalizão de voluntários está desacelerando (...) Esta situação demonstrou que a Europa ainda não decidiu por si mesma se estará completamente ao lado da Ucrânia sem os Estados Unidos", afirmou Zelensky em uma conferência de imprensa realizada na sexta-feira, mas divulgada neste sábado (14).
O líder ucraniano também pediu neste sábado aos Estados Unidos que "mudem o tom" com a Rússia, depois que Donald Trump retomou os contatos com Moscou após seu retorno à Casa Branca.
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"Neste momento, o tom do diálogo entre os Estados Unidos e a Rússia parece muito caloroso. Sejamos sinceros: isso não deterá Putin", escreveu Zelensky no X, pedindo a Washington que reforçasse suas sanções contra Moscou.
Sobre a "escalada da situação no Oriente Médio", em referência aos recentes ataques recíprocos entre Israel e Irã, o dirigente ucraniano disse esperar na sexta-feira "que a ajuda à Ucrânia não diminua por esse motivo".
Zelensky também garantiu que a ofensiva russa no oblast (região istrativa) de Sumy, no norte da Ucrânia, havia sido interrompida, embora a Rússia tenha afirmado ter tomado uma nova cidade no dia anterior.
Segundo o presidente, uma incursão ucraniana no oblast russo de Kursk levou as forças de Moscou a dividir em dois o contingente que atacava Sumy e "impediu que continuassem avançando" em direção à capital regional homônima.
As tropas russas encontram-se atualmente a cerca de 20 quilômetros da cidade de Sumy. No sábado, também afirmaram ter tomado a cidade de Zeleni Kut, no oblast oriental de Donetsk.
Zelensky também negou que as forças de Moscou tenham penetrado na cidade de Dnipropetrovsk (centro-leste), que haviam anunciado atacar no início de junho.
Por fim, anunciou que a Ucrânia estuda a possibilidade de produzir em série mísseis balísticos, mas não entrou em detalhes.